Probióticos uso na Avicultura
Introdução
A arrancada para o desenvolvimento da avicultura brasileira teve início na década de 60, juntamente com a utilização de antibióticos e outros quimioterápicos em larga escala na produção de frangos de corte, para prevenir determinadas enfermidades. Com o passar do tempo, começaram a ser usados também como promotores de crescimento em doses subterapêuticas.
A partir da década de 80, tanto pesquisadores quanto produtores começaram a notar que determinadas cepas bacterianas haviam se tornado resistentes aos antibióticos utilizados e que uma parcela considerável da flora normal do trato gastrintestinal havia sido diminuída ou até mesmo eliminada devido a sua ação não seletiva.
Dentro desse contexto, começou a ser formado um novo conceito de aditivo, dentro da comunidade científica internacional, que poderia vir a substituir os antibióticos na produção de frangos de corte sem causar danos à flora intestinal normal e sem deixar resíduos na carcaça dos animais. Esses aditivos receberam o nome de probióticos. Segundo FULLER (1989), os probióticos são suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal hospedeiro, promovendo o balanço da microbiota intestinal.
Mecanismos de Ação
dos Probióticos
dos Probióticos
Aproximadamente 90% da flora intestinal das aves são compostas por bactérias facultativas produtoras de ácido lático (Lactobacillus, Enterococcus, etc.) e bactérias anaeróbicas estritas (Fusobacterium, Eubacterium, etc.). Os 10% restantes consistem de Escherichia coli, Clostridium, Staphylococcus, Pseudomonas, e outros (FOX, 1988).
As aves são submetidas a vários fatores de estresse, tais como, transporte do incubatório às granjas comer
ciais, superpopulação nos aviários, vacinações e mudanças de temperatura. Isto tende a induzir um imbalanço na microflora intestinal e prejuízos ao mecanismo de defesa corporal da ave (JIN et al., 1997), causando uma baixa performance produtiva e infecções intestinais, como putrefação do intestino com formação e liberação de toxinas; comprometimento do crescimento, redução da qualidade da carne e redução da eficiência reprodutiva; possibilidade de bactérias oportunistas tornarem-se patogênicas; aparecimento de infecções, diarréias e anemias (FOX, 1988).
ciais, superpopulação nos aviários, vacinações e mudanças de temperatura. Isto tende a induzir um imbalanço na microflora intestinal e prejuízos ao mecanismo de defesa corporal da ave (JIN et al., 1997), causando uma baixa performance produtiva e infecções intestinais, como putrefação do intestino com formação e liberação de toxinas; comprometimento do crescimento, redução da qualidade da carne e redução da eficiência reprodutiva; possibilidade de bactérias oportunistas tornarem-se patogênicas; aparecimento de infecções, diarréias e anemias (FOX, 1988).
Ao se pesquisar alternativas para a substituição dos antibióticos na produção animal, estudiosos centralizaram suas atenções em um dos mecanismos de defesa natural dos animais, os microorganismos presentes no trato gastrintestinal. Assim, os probióticos passaram a ser uma alternativa eficaz de substituição dos antibióticos, agindo como promotor de crescimento no tratamento de diarréias alimentares e/ou bacterianas.
Os microrganismos utilizados como probióticos são Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus bulgaricus, Lactobacillus casei, Lactobacillus faecium, bactérias gram-positivas produtoras de ácido lático, habitantes naturais do trato gastrintestinal e que agem efetivamente como probióticos, aderindo ao epitélio intestinal e colonizando o trato. Outros, como Bacillus subtilis, Bacillus toyo e Bacillus bifidum são utilizados combinados, isolados ou as vezes associados a leveduras, enzimas e outros agentes, com a finalidade de auxiliar as bactérias produtoras de ácido lático na sua colonização (MARUTA, 1993).
Dentre estes, os microrganismos mais utilizados são Bacillus subtilis (classificado como transitório no trato gastrintestinal, pois não possui a capacidade de se fixar ao epitélio intestinal, mas a de auxiliar na multiplicação e colonização dos produtores de ácido lático); Lactobacillus acidophylus (bactéria que produz
ácido lático a partir da fermentação de açucares é anaeróbica facultativa e é exigente nutricionalmente, necessitando para o seu crescimento das vitaminas: niacina, riboflavina e ácido fólico); além do Enteroccoccus faecium (microrganismo bastante agressivo e um pouco mais resistente a altas temperaturas do que os Lactobacilus.
ácido lático a partir da fermentação de açucares é anaeróbica facultativa e é exigente nutricionalmente, necessitando para o seu crescimento das vitaminas: niacina, riboflavina e ácido fólico); além do Enteroccoccus faecium (microrganismo bastante agressivo e um pouco mais resistente a altas temperaturas do que os Lactobacilus.
Os probióticos agem por exclusão competitiva, aderindo a sítios específicos localizados no epitélio intestinal diminuindo, dessa maneira, a colonização por microrganismos patogênicos. O mecanismo de exclusão competitiva não está totalmente esclarecido, entretanto várias pesquisas foram feitas e podem-se levantar algumas formas de atuação dos probióticos (FOX, 1988 e JIN et al., 1997):
- No intestino, os microrganismos do probiótico realizarão uma rápida metabolização de substratos (açucares, vitaminas, aminoácidos, proteínas), tornando-os indisponíveis aos patógenos e, por consequência, impedindo a proliferação destes.
- Através da produção do ácido lático, provocam uma redução no ph intestinal, tornando o meio impróprio para a multiplicação dos agentes patogênicos.
- Secretam proteínas (bacteriocinas) que têm uma ação inibitória ou destrutiva contra uma cepa específica de bactéria.
- As bactérias produtoras de ácido lático podem estimular a produção de anticorpos e a atividade fagocítica contra patógenos no intestino e em outros tecidos do corpo.
- Bactérias benéficas aumentam a atividade enzimática no trato gastrintestinal.
- Aumento da área de absorção do intestino delgado.
A interação desses mecanismos promovem um equilíbrio da microbiota intestinal, o que trará diversos benefícios ao animal.
Bibliografia a disposição.
Informações complementares com oityfreitas@hotmail.com .