A humanidade é capaz de perceber e das quais também faz parte; mostrando a emergência de um pensamento complexo apto para abordar os fenômenos não mais de modo fragmentado, mas de religá-los, levando à construção de um conhecimento transdisciplinar.
Este trabalho está dividido em três partes. A primeira parte tem o intuito de abordar o referencial teórico da sustentabilidade, através da discussão dos conceitos de ecologia, ecossistema, ecodesenvolvimento, desenvolvimento sustentável, meio ambiente, economia ecológica e economia do estado-estável. A segunda parte discute os conceitos de ciência, complexidade e desenvolvimento, procurando mostrar a dificuldade de se lidar com as questões ambientais em função da fragmentação e compartimentação do saber científico. A terceira parte visa articular a reciclagem (não só dos resíduos) ao macro conceito de auto-eco-organização, como pressuposto (viabilização) para a construção de uma sociedade sustentável.
A metodologia utilizada neste estudo foi a análise bibliográfica sobre o pensamento complexo e ao tema referente à sustentabilidade. Apesar de não ter sido possível realizar um trabalho mais amplo considero útil o feito aqui realizado.
Esta postura crítica estaria imbuída de uma comparação entre a sociedade ocidental e as sociedades tribais e tradicionais. Estas últimas seriam as detentoras da verdadeira sabedoria e da ética apropriada que as tornariam capazes de manter o relacionamento ideal com a natureza. Daí a oposição básica de dois modelos de relacionamento com a natureza: um que privilegia a co-evolução entre a natureza e o homem (influência das sociedades tribais e tradicionais) e outro que elege o progresso através da competição e subordinação da natureza ao homem (sociedade industrial judaico-cristã).
Quando questionamos e criticamos a sociedade industrial moderna, o que temos em mente, em geral, são as conseqüências da industrialização sobre o meio ambiente natural e urbano, portanto, também, dos valores pertinentes ao modo de vida ocidental que se globaliza em um planeta finito.
É sobre esta perspectiva de crítica à modernidade, como sendo um processo civilizatório antinatural, desarmonizador, que se constituirá o paradigma ambiental. "A questão ambiental pode então ser entendida, em seu limite, como a contradição homem-biosfera. Entender esta contradição, e até mesmo aceitá-la, significa reconhecer que os métodos científicos empregados na leitura da realidade apresentam resultados fragmentados e, que o conceito de infinitude dos recursos naturais utilizados pelos modelos de desenvolvimento é, no mínimo, equivocado".
Não é apenas uma questão de rejeitarmos uma prática de intervenção no mundo natural escusada nos valores predatórios praticados pela civilização ocidental moderna, mas de transformarmos o aparato simbólico de apreensão do mundo por parte desta sociedade moderna e, conseqüentemente, modificar a práxis que a humanidade vem realizando nestes últimos 200 anos, a qual está levando a continua devastação do mundo natural e, por extensão, também ao mundo humano.