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terça-feira, 11 de outubro de 2011

DIFÍCIL ARRUMAR A CASA.

       A humanidade é capaz de perceber e das quais também faz parte; mostrando a emergência de um pensamento complexo apto para abordar os fenômenos não mais de modo fragmentado, mas de religá-los, levando à construção de um conhecimento transdisciplinar.

Este trabalho está dividido em três partes. A primeira parte tem o intuito de abordar o referencial teórico da sustentabilidade, através da discussão dos conceitos de ecologia, ecossistema, ecodesenvolvimento, desenvolvimento sustentável, meio ambiente, economia ecológica e economia do estado-estável. A segunda parte discute os conceitos de ciência, complexidade e desenvolvimento, procurando mostrar a dificuldade de se lidar com as questões ambientais em função da fragmentação e compartimentação do saber científico. A terceira parte visa articular a reciclagem (não só dos resíduos) ao macro conceito de auto-eco-organização, como pressuposto (viabilização) para a construção de uma sociedade sustentável.

A metodologia utilizada neste estudo foi a análise bibliográfica sobre o pensamento complexo e ao tema referente à sustentabilidade. Apesar de não ter sido possível realizar um trabalho mais amplo considero útil o feito aqui realizado.

 Por questão ambiental pode-se entender a contradição fundamental que se estabeleceu entre os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem, marcadamente a partir do século XVIII, e a sustentação deste desenvolvimento pela natureza. A partir da revolução industrial, a velocidade de produção de rejeitos da sociedade, o avanço do mundo urbanizado e a força poluidora das atividades bélicas e industriais, superaram em muito a capacidade regenerativa dos ecossistemas e a reciclagem dos recursos naturais renováveis colocando, em níveis de exaustão os demais recursos naturais não renováveis.

 Daí a característica fundamental que emerge das questões ambientais ser o posicionamento crítico diante da modernidade. A crítica é formulada à sociedade ocidental contemporânea, aos seus produtos e pensamentos. Seus alvos são a ciência; a tecnologia; a visão de mundo racionalista; os padrões de consumo e o próprio desenvolvimento enquanto simples crescimento. Seus sentidos são múltiplos, não se fixando apenas na modernidade, mas ao próprio processo histórico que desemboca na atualidade como um projeto de civilização ocidental científico-racional. Um importante "pacto" com a natureza teria sido anulado em virtude de o Deus único da tradição judaico-cristã instigar aos homens o domínio e a subordinação do mundo natural para o seu próprio uso e benefício. Assim, a modernidade seria apenas um momento de exacerbação da potência devastadora da civilização humana.

Esta postura crítica estaria imbuída de uma comparação entre a sociedade ocidental e as sociedades tribais e tradicionais. Estas últimas seriam as detentoras da verdadeira sabedoria e da ética apropriada que as tornariam capazes de manter o relacionamento ideal com a natureza. Daí a oposição básica de dois modelos de relacionamento com a natureza: um que privilegia a co-evolução entre a natureza e o homem (influência das sociedades tribais e tradicionais) e outro que elege o progresso através da competição e subordinação da natureza ao homem (sociedade industrial judaico-cristã).

Quando questionamos e criticamos a sociedade industrial moderna, o que temos em mente, em geral, são as conseqüências da industrialização sobre o meio ambiente natural e urbano, portanto, também, dos valores pertinentes ao modo de vida ocidental que se globaliza em um planeta finito.

É sobre esta perspectiva de crítica à modernidade, como sendo um processo civilizatório antinatural, desarmonizador, que se constituirá o paradigma ambiental. "A questão ambiental pode então ser entendida, em seu limite, como a contradição homem-biosfera. Entender esta contradição, e até mesmo aceitá-la, significa reconhecer que os métodos científicos empregados na leitura da realidade apresentam resultados fragmentados e, que o conceito de infinitude dos recursos naturais utilizados pelos modelos de desenvolvimento é, no mínimo, equivocado".

Não é apenas uma questão de rejeitarmos uma prática de intervenção no mundo natural escusada nos valores predatórios praticados pela civilização ocidental moderna, mas de transformarmos o aparato simbólico de apreensão do mundo por parte desta sociedade moderna e, conseqüentemente, modificar a práxis que a humanidade vem realizando nestes últimos 200 anos, a qual está levando a continua devastação do mundo natural e, por extensão, também ao mundo humano.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Isto em 2003 no Canada 1ºMUNDO...Imaginem o que fazem aqui com nossos políticos e governantes, sérios e austeros como são...





FSM - Fazendeiro Percy Schmeiser denuncia apropriações da Monsanto

EXCLUSIVO - 
Ecoagência de notícias
25-jan-03.




Percy Schmeiser falando no 3° FSM

Foto de Carlos Stein - mais fotos sobre o evento em 

“Não importa como as sementes modificadas entram nos campos de um fazendeiro. Elas se tornam propriedade da Monsanto”, lamenta Percy Schmeiser, fazendeiro de origem européia, que desde 1947, cultiva canola e trigo no oeste do Canadá. Schmeiser testemunhou na sexta-feira, 24, à tarde, durante o 3º Fórum Social Mundial, para uma platéia de mais de 500 pessoas, que o aplaudiram em pé.

Ele é um dos muitos fazendeiros canadenses processados pela multinacional Monsanto, por ter tido sua lavoura contaminada por genes transgênicos, polinizados de cultivos vizinhos. Tudo começou em 1998, quando Percy Schmeiser foi processado pela Monsanto, que alegava violação à lei de patentes da empresa, que é proprietária de sementes geneticamente modificadas. “Foi uma total surpresa. Nunca usei sementes modificadas em 50 anos de trabalho e nem encontrei qualquer representante da Monsanto”. Mas a existência de sementes modificadas foi detectada nas terras de Schmeiser, oriundas de uma plantação vizinha. “Para a Monsanto, não importa como as sementes modificadas chegam em outras lavouras. Elas contaminam nossas sementes e, no meu caso, destróem 50 anos de trabalho”.

No Canadá, uma lei federal declara o direito dos fazendeiros de usar uma semente de um ano para o outro. “Para o juiz que julgou meu processo, a lei de patentes da Monsanto está acima de todos os direitos e privilégios de fazendeiros”. E continua “todas as minhas sementes se tornaram propriedade da Monsanto e não importa o grau de contaminação ou se ela ocorre por polinização, pelos ventos, pássaros ou pelas abelhas... Para o fazendeiro que sofreu essa contaminação, isso significa um controle total do suprimento de sementes e de alimentos no mundo.

Durante o processo da Monsanto contra Schmeiser, ocorreu o que ele considera um avanço. Em dezembro passado, a Corte Suprema do Canadá decidiu proibir patentear formas superiores de vida. Ele explica que forma de vida superior é de uma semente ou de uma planta, e uma forma de vida inferior é a das bactérias e fermentos. Depois dessa emenda favorável ao caso de Percy Schmeiser, seu processo deve ser concluído em março ou abril deste ano.

Alerta

O objetivo do testemunho de Percy Schmeiser no Fórum Social Mundial é alertar os agricultores da América do Sul e Central, contra o assédio da Monsanto. Para difundir sua tecnologia genética, a multinacional promete tornar as sementes mais nutritivas e aumentar a colheita. A promessa de que os agricultores usariam menos insumos químicos seduziu os fazendeiros no Canadá, que desde 1940 utilizavam muitas toneladas de agrotóxicos, contaminando a terra e a água.

A ilusão de 1996 durou pouco. Em dois ou três anos, os fazendeiros canadenses descobriram que as sementes modificadas de canola e de soja não dão boa colheita. “A produtividade da semente modificada está 15% abaixo da semente convencional”. Além disso, a qualidade dos grãos, jamais citada nos anúncios e publicidade, cai mais ou menos pela metade.

Schmeiser alerta que os fazendeiros canadenses “estão usando pelo menos cinco vezes mais insumos químicos do que antes”. Isso porque a canola desenvolveu uma super-erva, “tomando” os genes de outras três ou quatro companhias que, como a Monsanto, vendem sementes modificadas. “Esses genes estão agora na mesma planta e é preciso três ou quatro químicos muito poderosos para matar essa nova super-erva”, que, segundo Schmeiser, se espalhou em todas as lavouras de canola no oeste do Canadá.

Denúncias - Contratos com multinacional vão além da ética e da segurança

No Canadá, a Monsanto controla todas as sementes a partir de um contrato com os fazendeiros, onde a empresa determina, entre outras cláusulas, que “os fazendeiros não podem usar as sementes de um ano para outro ano, devem comprar todos os anos as sementes e os insumos químicos da Monsanto”, cita Schmeiser ao denunciar ainda que cada fazendeiro canadense deve pagar uma chamada “taxa de tecnologia” aproximada de U$ 45,00 por hectare/ano.

Além disso, o contrato tira o direito de liberdade e expressão dos fazendeiros, que não podem violar o contrato nem denunciar o “combate” ou o processo movido pela empresa. Para Schmeiser, a cláusula mais importante do contrato é a grande e potente força policial da Monsanto. “No Canadá, a Monsanto contratou soldados da polícia montada e, nos EUA, o serviço de detetives para policiar esses contratos. Ou seja, se você assinar o contrato com a empresa para plantar sementes modificadas, deve aceitar que a polícia da Monsanto venha na sua terra e verifique o que está fazendo, mesmo três anos depois da assinatura do contrato”, explica Schmeiser, ao destacar que a partir deste ano (2003), foi incluída no contrato a cláusula de que o fazendeiro não pode processar a Monsanto nem ir aos tribunais se houver algo de errado com a semente.

Intimidações

A empresa também monitora regiões ou lavouras que podem conter sementes contrabandeadas ou “ilegais”, lançando seus herbicidas sobre fazendas suspeitas e 10 dias depois, conferindo o uso de OGMs desenvolvidos pela Monsanto. Ou seja, se a plantação morrer é porque não usavam sementes da Monsanto, mas se a lavoura for adiante, aí é porque usavam essas sementes.

A polícia da Monsanto também atua mediante denúncias, que reforçam essas vistorias. Anúncios em jornais e folhetos distribuídos no Canadá sugerem que sejam denunciados os produtores “e vizinhos” que plantam OGMs sem licença. “Quando a Monsanto recebe essa informação, envia policiais que ameaçam tirar a posse da fazenda do agricultor ou repassar uma multa de 50 ou U$ 100 mil”, diz. Com essas medidas, os fazendeiros não confiam mais entre si. “Meus avós vieram da Europa na virada do século e trabalharam com os vizinhos para criar escolas e cidades. E agora, a suspeita permanente e a desconfiança entre as pessoas está destruindo as comunidades”.

Uma outra cláusula do contrato com a Monsanto se refere à comercialização. “Não podemos mais vender a produção para a União Européia. A gente pode só mandar para Japão, México e EUA”, diz, ao reforçar que “os custos de produção aumentaram muito e os preços pagos caíram pela metade. Temos também muitos processos nos Tribunais, dos fazendeiros contra a Monsanto e da Monsanto contra os fazendeiros”.

Perdas

A introdução de sementes modificadas no solo canadense destruiu, não só as sementes puras, mas a biodiversidade. “Não temos mais sementes de canola que não estejam contaminadas. É tudo OGMs. O mesmo ocorre com a soja. Está tudo contaminado e isso aconteceu nos últimos quatro anos”, detona Schmeiser, ao acrescentar que essa “infestação” de transgênicos foi devastadora para os fazendeiros orgânicos, que não conseguem mais plantar sementes orgânicas de soja ou de canola.

Se você permitir, não poderá mais conter as sementes modificadas. Elas se movem através dos ventos, dos pássaros e da polinização cruzada. Isso vale para as áreas de testes ou “faixa tampão”. Você não pode contê-las”, diz Schmeiser, que alerta: “Se você introduzir sementes modificadas em qualquer parte do Brasil ou em qualquer outro país, vai destruir as fazendas orgânicas e os fazendeiros convencionais. É impossível ter as duas coisas, porque os genes das sementes modificadas são dominantes e controlam qualquer semente ou planta na qual eles “entram”.”

Opção

“Não vim para o Brasil, para o Fórum Social Mundial, para dizer às pessoas de muitos países do mundo o quê fazer. Vim para dizer o que aconteceu conosco no Canadá, com os fazendeiros”, destaca Schmeiser, ao afirmar que “nossa opção acabou. Não deixe isso acontecer com vocês. Em 1996, nós, como fazendeiros do Canadá, não tínhamos ninguém para nos dizer o que ia acontecer. Vocês têm esse benefício e vão decidir o que vai ser feito no Brasil. Nós ouvimos as companhias e agora estamos pagando esse preço”.

Schmeiser aconselha aos agricultores a não assinarem o contrato com a Monsanto, que tira o direito de uso de suas próprias sementes, voltando a um processo feudal, onde o agricultor fica escravo das sementes modificadas, afetando inclusive o fornecimento dos alimentos. “Não dá para conter o processo e não existe coexistência de métodos de cultivo. Onde tem transgênico não existirá mais plantações convencionais nem orgânicas”. Schmeiser também cita outras questões que reforçam a não adoção das sementes modificadas pelos agricultores. É a contaminação, a longo prazo, dos intestinos humanos por bactérias e vírus desconhecidos, “coisas que estão fora do contrato e que, recombinadas, dão origem a novas doenças”, antecipa.

“Tenho 72 anos e minha esposa, 71. Temos quatro filhos e quatro netos. Estamos lutando contra a perda dos nossos direitos como fazendeiros e não queremos deixar veneno como herança. Queremos deixar uma herança sem venenos. É por isso que estamos aqui hoje, no Brasil. Não sabemos quantos anos ainda temos de vida, mas nos anos em que vivermos, vamos continuar lutando contra a Monsanto”, conclui.

Texto da Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues - adriane@ecoagencia.com.br - © EcoAgência de Notícias, janeiro 2003 - http://www.ecoagencia.com.br/ .

 Opinem a respeito...                 oity@r7.com 

Estamos só começando...........................................Aguardem..........................

sábado, 24 de setembro de 2011

(prólogo) Ninguém pode voltar e criar um novo início, mas todo mundo pode começar hoje, e criar um novo final.

    
Pajelança Mundial ou a volta dos que nunca foram.

      As vezes, construímos sonhos em cima de grandes pessoas. O tempo passa, então, descobrimos que grandes eram os sonhos e as pessoas pequenas. O que se pode fazer? A vida às vezes pode ser nomeada como ingrata. Mas se essa é a verdade o que dizer das mentiras?

        Os problemas são interdependentes no tempo e no espaço, mas as pesquisas disciplinares isolam os problemas uns dos outros.


 É verdade que há especialmente no que concerne ao meio ambiente e ao desenvolvimento, uma primeira tomada de consciência que leva o homem a promover pesquisas interdisciplinares, mas, apesar de uma importante destinação de recursos para essa finalidade, os resultados são escassos porque os diplomas, carreiras e sistemas de avaliação se fazem no quadro das disciplinas.


 Há, sobretudo uma resistência do establishment dos mandarins universitários ao pensamento transdisciplinar, tão formidável quanto foi a da Sorbonne do século XVII ao desenvolvimento das ciências. Neste cenário criado pela ação humana, no qual o mundo contemporâneo é desnudado em suas intenções de domínio, tão comum a todo ser humano.  Não somos nós os únicos responsáveis.
 

 - Apesar de vivermos sob uma constante chuva de guarda chuvas, displicentemente deixamos de considerá-los pertinentes pelo fato de não termos onde pendurá-los.


 - Este princípio da sustentabilidade, diferentemente de outros, não delimita um campo de saber específico (nem é por algum delimitado) mas, sim, transpassa por vários campos, "provocando" e "incitando" a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade, pois que envolve diversos ramos do conhecimento científico que procuram estudar e intervir sobre o meio ambiente.


 Dessa forma, as disciplinas e especialidades poderão se comunicar de modo que o conhecimento de cada uma delas, interagindo com o conhecimento das demais, possam levar a resultados que se aproximem de uma visão de mundo transdisciplinar, mais próxima da realidade.

Se considerarmos o meio ambiente como um sistema de relações sociedade/natureza, "observa-se que não há trabalho científico [...] fora do quadro da interdisciplinaridade".


Qualquer estudo ou proposta de ação sobre o meio ambiente precisa ser realizado por uma ótica multidisciplinar, mas que necessariamente desenvolva um processo de trabalho interdisciplinar que leve a um contexto de compreensão transdisciplinar dos principais conceitos sobre a sustentabilidade (o que certamente levará a uma crise teórico-metodológica de proporções amplas e conseqüências ainda desconhecidas, mas necessária). 


Por isso que quando alguns setores da sociedade começam a ter consciência das grandes questões ambientais, muitos se opõem.


 É o efeito Titanic revisitado: o barco vai afundar, mais afundar em grande estilo com a primeira classe fruindo (no sentido usufruir) intensamente os últimos momentos. É simplesmente o máximo! E os que estão na classe do "porão"? Não faz a menor diferença, afinal, irão submergir mesmo... Onde concordamos; acho? O mundo é um constante descer. E hoje tanto nos prédios como no morro é o tal de: vou dar uma descidinha prá... E continuamos a descer...

Afinal é no alto d’aquele morro desce boi desce boiada só não passa Ferrari porque costuma ser vermelha e ia espantar todo o gado. Esse é o conceito todos decidiram que tem que ser assim.

 - Diferentemente das leis de regulação que regem a biologia ou a ecologia, nossas sociedades industriais funcionam em "circuitos abertos", sem macrorregulações. As cadeias de produção e consumo são sequencias, dando origem a detritos que se acumulam no meio ambiente. A pressão ecológica no decorrer dos últimos anos impôs progressivamente o princípio da reciclagem (fechamento de circuitos). Embora este esteja se generalizando, por enquanto só é aplicado por um número limitado de setores industriais. O que temos de compreender é a necessidade urgente de organizarmos não apenas uma economia ecológica, mas uma reorganização... O termo "Ecologia deriva da palavra grega "oikos", que quer dizer habitação, casa, ambiente. Esta ciência significa, pois, literalmente ‘estudo do habitat’".




  •   oityfreitas@hotmail.com 
  • oity@r7.com

                                                                         

sábado, 3 de setembro de 2011









 Características do futuro Agrícola no Mundo.  


O produto orgânico é cultivado sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos. É um produto limpo, saudável, que provém de um sistema de cultivo que observa as leis da natureza e todo o manejo agrícola está baseado no respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos naturais.

O solo é à base do trabalho orgânico. Vários resíduos são reintegrados ao solo; esterco, restos de verduras, folhas, aparas, etc., são devolvidos aos canteiros para que sejam decompostos e transformados em nutrientes para as plantas. Essa fertilização ativará a vida no solo; os microorganismos além de transformar a matéria orgânica em alimento para as plantas, tornarão a terra porosa, solta, permeável à água e ao ar. O grande valor das culturas orgânicas é promover permanentemente o melhoramento do solo. Ao invés de mero suporte para a planta, o solo será sua fonte de nutrição.

Ao comprar produtos orgânicos, os consumidores apesar de não sentirem ou terem consciência da sua ação benéfica para o meio ambiente, estão na verdade adquirindo, um conjunto de dois produtos: os alimentos em si e um produto ambiental (a proteção/regeneração do meio ambiente). E esse produto ambiental que parece abstrato à primeira vista, que apesar de adquirido, não é consumido fisicamente por quem o adquire, pode até ser quantificado e valorado. Basta que sejam medidas nos estabelecimentos agrícolas, a melhoria da qualidade da água, a intensificação da vida microbiológica do solo, o aumento da biodiversidade, o retorno dos pássaros e outros pequenos animais ao espaço agrícola, apesar de eventuais pequenos prejuízos que possam causar às atividades agrícolas no curto prazo.

Por outro lado, os métodos orgânicos de produção, ao equilibrar o meio ambiente e trabalhar de modo harmônico e convergente em relação ao tempo, ritmo, ciclos e limites da natureza, tende a reduzir substancialmente seus custos, podendo até mesmo competir com o agroquímico em termos de produtividade e resultados econômicos, sem entretanto apresentar os aspectos negativos já conhecidos desse sistema de produção.

O agricultor consciente que considera a natureza sua aliada, amiga, observa-a, e está sempre apreendendo com ela, respeita seu tempo, suas limitações de solo, água, clima, etc. Percebe as inter-relações que existem entre todos os elementos que compõem o meio ambiente. Enfrentando as dificuldades, impostas pelos limites naturais e éticos em relação a esse processo de produção, este agricultor, com satisfação e acreditando na proposta, procura produzir economicamente, mas acompanhando e respeitando o ritmo da natureza atuando e procurando encontrar um máximo de equilíbrio com a mesma.

10 - Motivos para uso organosustentavel.

1. Evita problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas. Pesquisas e estudos têm demonstrado que os agrotóxicos são prejudiciais ao nosso organismo e os resíduos que permanecem nos alimentos podem provocar reações alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até câncer.

2. Alimentos orgânicos são mais nutritivos. Solos ricos e balanceados com adubos naturais produzem alimentos com maior valor nutritivo.

3. Alimentos orgânicos são mais saborosos. Sabor e aroma são mais intensos - em sua produção não há agrotóxicos ou produtos químicos que possam alterá-los.

4. Protege futuras gerações de contaminação  química. A intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas. A agricultura orgânica exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer produto químico; e tem como base de seu trabalho a preservação dos recursos naturais.

5. Evita a erosão do solo. Através das técnicas orgânicas tais como rotação de culturas, plantio consorciado, compostagem, etc., o solo se mantém fértil e permanece produtivo ano após ano.

6. Protege a qualidade da água. Os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam os lençóis de água e poluem rios e lagos.

7. Restaura a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal. A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis. A vida silvestre, parte essencial do estabelecimento agrícola é preservada e áreas naturais são conservadas.

8. Ajuda os pequenos agricultores. Em sua maioria, a produção orgânica provém  de pequenos núcleos familiares que tem na terra a sua única forma de sustento. Mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgânico prende o homem à terra e revitaliza as comunidades rurais.

9. Economiza energia. O cultivo orgânico dispensa os agrotóxicos e adubos químicos, utilizando intensamente a cobertura morta, a incorporação de matéria orgânica ao solo e o trato manual dos canteiros. É o procedimento contrário da agricultura convencional que se apóia no petróleo como insumo de agrotóxicos e fertilizantes e é a base para a intensa mecanização que a caracteriza.


10. O produto orgânico é certificado hoje em dia por certificadoras que garantem sua procedência.


Compilado por: Oity.                








Contatos:       oity@r7.com                                                                   oityfreitas@hotmail.com
                                                                                                                

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

                         Probióticos uso na Avicultura




Introdução

A arrancada para o desenvolvimento da avicultura brasileira teve início na década de 60, juntamente com a utilização de antibióticos e outros quimioterápicos em larga escala na produção de frangos de corte, para prevenir determinadas enfermidades. Com o passar do tempo, começaram a ser usados também como promotores de crescimento em doses subterapêuticas.

A partir da década de 80, tanto pesquisadores quanto produtores começaram a notar que determinadas cepas bacterianas haviam se tornado resistentes aos antibióticos utilizados e que uma parcela considerável da flora normal do trato gastrintestinal havia sido diminuída ou até mesmo eliminada devido a sua ação não seletiva.

Dentro desse contexto, começou a ser formado um novo conceito de aditivo, dentro da comunidade científica internacional, que poderia vir a substituir os antibióticos na produção de frangos de corte sem causar danos à flora intestinal normal e sem deixar resíduos na carcaça dos animais. Esses aditivos receberam o nome de probióticos. Segundo FULLER (1989), os probióticos são suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal hospedeiro, promovendo o balanço da microbiota intestinal.

Mecanismos de Ação
dos Probióticos

Aproximadamente 90% da flora intestinal das aves são compostas por bactérias facultativas produtoras de ácido lático (Lactobacillus, Enterococcus, etc.) e bactérias anaeróbicas estritas (Fusobacterium, Eubacterium, etc.). Os 10% restantes consistem de Escherichia coli, Clostridium, Staphylococcus, Pseudomonas, e outros (FOX, 1988).

As aves são submetidas a vários fatores de estresse, tais como, transporte do incubatório às granjas comer
ciais, superpopulação nos aviários, vacinações e mudanças de temperatura. Isto tende a induzir um imbalanço na microflora intestinal e prejuízos ao mecanismo de defesa corporal da ave (JIN et al., 1997), causando uma baixa performance produtiva e infecções intestinais, como putrefação do intestino com formação e liberação de toxinas; comprometimento do crescimento, redução da qualidade da carne e redução da eficiência reprodutiva; possibilidade de bactérias oportunistas tornarem-se patogênicas; aparecimento de infecções, diarréias e anemias (FOX, 1988).

Ao se pesquisar alternativas para a substituição dos antibióticos na produção animal, estudiosos centralizaram suas atenções em um dos mecanismos de defesa natural dos animais, os microorganismos presentes no trato gastrintestinal. Assim, os probióticos passaram a ser uma alternativa eficaz de substituição dos antibióticos, agindo como promotor de crescimento no tratamento de diarréias alimentares e/ou bacterianas.

Os microrganismos utilizados como probióticos são Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus bulgaricus, Lactobacillus casei, Lactobacillus faecium, bactérias gram-positivas produtoras de ácido lático, habitantes naturais do trato gastrintestinal e que agem efetivamente como probióticos, aderindo ao epitélio intestinal e colonizando o trato. Outros, como Bacillus subtilis, Bacillus toyo e Bacillus bifidum são utilizados combinados, isolados ou as vezes associados a leveduras, enzimas e outros agentes, com a finalidade de auxiliar as bactérias produtoras de ácido lático na sua colonização (MARUTA, 1993).

Dentre estes, os microrganismos mais utilizados são Bacillus subtilis (classificado como transitório no trato gastrintestinal, pois não possui a capacidade de se fixar ao epitélio intestinal, mas a de auxiliar na multiplicação e colonização dos produtores de ácido lático); Lactobacillus acidophylus (bactéria que produz
ácido lático a partir da fermentação de açucares é anaeróbica facultativa e é exigente nutricionalmente, necessitando para o seu crescimento das vitaminas: niacina, riboflavina e ácido fólico); além do Enteroccoccus faecium (microrganismo bastante agressivo e um pouco mais resistente a altas temperaturas do que os Lactobacilus.

Os probióticos agem por exclusão competitiva, aderindo a sítios específicos localizados no epitélio intestinal diminuindo, dessa maneira, a colonização por microrganismos patogênicos. O mecanismo de exclusão competitiva não está totalmente esclarecido, entretanto várias pesquisas foram feitas e podem-se levantar algumas formas de atuação dos probióticos (FOX, 1988 e JIN et al., 1997):

  • No intestino, os microrganismos do probiótico realizarão uma rápida metabolização de substratos (açucares, vitaminas, aminoácidos, proteínas), tornando-os indisponíveis aos patógenos e, por consequência, impedindo a proliferação destes.
  • Através da produção do ácido lático, provocam uma redução no ph intestinal, tornando o meio impróprio para a multiplicação dos agentes patogênicos.
  • Secretam proteínas (bacteriocinas) que têm uma ação inibitória ou destrutiva contra uma cepa específica de bactéria.
  • As bactérias produtoras de ácido lático podem estimular a produção de anticorpos e a atividade fagocítica contra patógenos no intestino e em outros tecidos do corpo.
  • Bactérias benéficas aumentam a atividade enzimática no trato gastrintestinal.
  • Aumento da área de absorção do intestino delgado.

A interação desses mecanismos promovem um equilíbrio da microbiota intestinal, o que trará diversos benefícios ao animal.
                                                                                           Bibliografia a disposição.

Informações complementares com oityfreitas@hotmail.com .

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

COMO NASCE UM PARADIGMA.




Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada. Passado mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de alguma surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato.
Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foram substituídos.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."
Não deves perder a oportunidade de passar esta história para os teus amigos, para que, de vez em quando, se questionem porque fazem algumas coisas sem pensar...

    "É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO"
     compilado por    oityfreitas@hotmail.com                                          autor desconhecido
Produtor se você além do sertanejo gostar de Rock   não deixe de ouvir: www.zoraidefm.com.br
    

domingo, 21 de agosto de 2011

DIFERENÇAS ENTRE BOI VERDE E BOI ORGÂNICO.






Artigo de Antônio da Silva Dias, médico veterinário homeopata e pesquisador da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola. Este artigo foi resumido por João Mangabeira – Pesquisador da Embrapa e membro da Rede Agroecologia. 

O perfil do consumidor está mudando. Todos estão preocupados com o grau de contaminação dos alimentos, quer seja a sua origem animal e vegetal. Cada um quer ter uma boa qualidade de vida e não há dúvida de que ela começa pela boca. Na trilha das oportunidades para viabilizar seus negócios, os produtores já perceberam esta fato e estão procurando adequar-se à realidade do mercado. Assim, na área da exploração de carne, surgiram os nomes de boi verde e boi orgânico. Por vezes, o público pensa tratar-se de uma carne obtida da mesma forma ou de forma semelhantes, porém a idéia não corresponde à verdade.

O termo boi verde nasceu na Argentina, há alguns anos, quando os pecuaristas sentiram necessidade de criar um meio de diferenciar seus produtos nos mercados internacionais. Toda propaganda passou, então, a fazer-se baseado na divulgação de que a carne argentina tem a sua origem em animais que, desde o seu nascimento, foram criados soltos, mamando vários meses e cujas alimentação, após o desmame, foi basicamente em pastagens, sendo, portanto, animais, como eles mesmo chamam "felizes", sendo esta uma forma de marketing. Mais recentemente, este termo foi introduzido no Brasil por pecuaristas que alimentam seus animais a pasto, com uso de insumos químicos sintéticos para cura e algumas vezes adubações químicas das pastagens, geralmente em criações extensivas, tendo o mesmo significado que na Argentina, embora, em termos de propaganda, a ênfase seja mais relacionada com a alimentação de que se trata de uma carne mais saudável, com teor de colesterol inferior.

O que concerne ao termo boi orgânico, tem a ver com animais criados nos sistemas de produção também denominados de orgânicos (biodinâmicos, ecológico, nativo, natural ou biológico) aproveitando apenas produtos e recursos naturais no processo produtivo, além de terem de respeitar os princípios ecológicos de convívio com o meio ambiente e sua utilização pelo homem. No Brasil, a produção orgânica de boi já está regulamentada. E como nos sistemas orgânicos de produção, a base fundamental é o solo, o primeiro ponto indispensável é a proibição de qualquer insumo químico sintético, com alimentação a pasto ou confinamento sendo de origem orgânica. È totalmente proibido o uso de drogas químicas sintéticas no tratamento dos animais, e é imprescindível haver o respeito ao bem estar dos mesmos. Nestes sistemas, portanto, a prevenção tem um papel muito mais importante do que a cura. 
No entanto, tanto para a prevenção como para cura, só é permitido o uso da homeopatia, da fitoterapia, da acupuntura e de microorganismo (não/OGM).(organismos não maodificados).
Aprofundando o assunto, chega-se à questão: O que é um alimento bom? Bem, em primeiro lugar, ele tem que ser saudável, mas também nutritivo, saboroso e com bom aspecto. Os alimentos de origem orgânica encaixam-se perfeitamente nestas condições já a partir do fato de que ocorre a ausência total de possíveis contaminantes na cadeia produtiva. Além disso, estudos recentes têm mostrado que são superiores do ponto de vista nutricional (mais ricos em vitaminas, minerais e mesmo aminoácidos essenciais). Quanto ao sabor.... quem provou sabe perfeitamente. No que concerne ao aspecto, sem dúvida, quando o sistema orgânico está em equilíbrio, a aparência é inclusive melhor.

Podemos, então, verificar que as diferenças entre boi orgânico e boi verde são consideráveis, mas quem decide é o consumidor que sempre vai ter a última palavra na decisão sobre o que quer financiar, se uma boa qualidade de vida, do ponto de vista alimentar e de proteção ao meio ambiente, ou se prefere continuar sendo iludido com as meias verdades do boi verde.


Compilado por Freitas